quinta-feira, 25 de março de 2010

Com o Único, desse jeito, não dá!

Há cerca de dois anos, após a realização de reuniões da UJS, pautamos pela primeira vez publicamente nosso descontentamento com o transporte coletivo em uma Audiência Pública chamada com o propósito de discutir o tema. Naquela ocasião denunciamos nosso sistema de transporte público como o pior e mais caro do Paraná.

De lá para cá viemos sistematicamente debatendo e estudando o tema, integrando a Comissão de Estudos sobre o Transporte Coletivo, que nos abriu a oportunidade de conquistar uma cadeira para a UPE (União Paranaense dos Estudantes) no Conselho Municipal de Trânsito e Transporte, criado no final do ano passado. Será este o Conselho encarregado de discutir e aprovar o edital de licitação para a concessão às empresas que explorarão esse segmento.

Entendendo a responsabilidade que temos em representar a juventude iguaçuense é que nos esforçamos ao máximo para estudar o tema com a profundidade que ele merece. Mais importante ainda, ouvir a juventude em seus anseios e angústias. Está feito o convite, vamos discutir e lutar para que nossas reinvindicações sejam de fato implementadas!

Bilhetagem eletrônica, problema ou solução?

Nem um nem outro. Na verdade a bilhetagem eletrônica é apenas uma ferramenta tecnológica que pode tanto ser usada para otimizar os serviços bem como para restringir o acesso a direitos.
Pode, por exemplo, permitir um maior controle do número real de passageiros por parte do Foztrans podendo ser publicado diretamente online.

E como a bilhetagem eletrônica tem sido implementada por aqui?

A operacionalização do sistema eletrônico que está substituindo o uso dos vales de papel será efetuada pela empresa Único.

No entanto, a bilhetagem que podia ser um sucesso em termos de otimizar a prestação de serviços vem apresentando uma série de problemas como a limitação de acesso ao direito do meio-passe por estudantes.

A empresa vem proibindo a utilização de tal direito nos horários que a administração do sistema julga não serem adequados para cada estudante e proibindo, inclusive, o acesso a outras linhas que não sejam as definidas pela empresa.

Tal atitude fere o direito de ir e vir, ataca o direito ao meio-passe, impossibilita o usufruto do direito para fazer estágios e estudar em bibliotecas no contra-turno. A limitação das linhas, prejudica os deslocamentos para pesquisas e limita a possibilidade de horários e mobilidade.

Inclusive, os horários de uso do direito são estabelecidos pelo Único e não pela instituição de ensino. Ficando o estudante obrigado a apresentar declaração (autenticada em cartório), nos casos em que o horário das aulas não é compatível com a tabela da empresa. Tal atitude prejudica, os estudantes, obrigados a pagaram a passagem integral para se deslocar às aulas especiais, pesquisas ou estágios.

Sendo um serviço, o consumidor não tem necessidade de provar que fala a verdade, uma vez que, para fazer o cadastro na empresa, já levou as declarações solicitadas e comprovou ser estudante, tendo, portanto, direito ao meio-passe.

O Único tem apresentado demora no atendimento e encaminhamento de documentação, ficando a espera sempre superior aos 30 minutos. Mesmo sabendo que a lei não vale para ela, a empresa Único, efetua a troca periódica das senhas, intimidando as reclamações de demora no serviço.

E o quê tem sido feito?

Representantes do Diretório Central dos Estudantes da Unioeste, Uniamérica e Unifoz, do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Bartolomeu Mitre e da União da Juventude Socialista protocolaram na semana passada um requerimento junto ao Ministério Público para que sejam averiguadas essas irregularidades. Foram mobilizadas demais escolas e faculdades e foi encaminhada uma reunião no Terminal para formar um Comitê Estudantil que ficará de olho sobre qualquer alteração em relação ao nosso transporte coletivo.

Estudante é estudante todos os dias da semana e todas as horas do dia

É isso mesmo. Os estudantes não são estudantes apenas no período em que estão indo estudar ou estudando, mas sim durante todos os dias enquanto estudarem.

Devem ter o direito de se deslocarem nos finais de semana para fazer um trabalho na casa dos colegas. Devem ainda terem acesso à cultura, como ir a um cinema no Domingo. Não é a toa que tem o direito à meia-entrada.


REUNIÃO HOJE (25/03) ÀS 18h NO TERMINAL