segunda-feira, 16 de novembro de 2009

20 de novembro - Dia da Consciencia Negra




Há mais de trezentos anos, no dia 20 de novembro de 1695, era capturado e morto Zumbi dos Palmares, lutador incansável pelo fim da opressão aos negros em nosso País. Trezentos também foram os anos de tráfico de negros capturados na África. Os homens que aqui conseguiam chegar vivos, eram tratados como bestas de carga e as mulheres como fêmeas animais. Passavam pelos mais horríveis sacrifícios e eram obrigados a trabalhar cerca de dezoito horas por dia.


Por tudo isso nutriam uma esperança de fuga, por mais difícil que fosse. Uma morte prematura era melhor que a vida do escravo trazido de tão longe para cair no inferno da existência mais penosa. Ao passo que eram covardemente explorados, iam perdendo radicalmente sua cultura africana, retendo no seu íntimo saberes, gostos culinários, músicas e ritmos.

Muita luta se passou para que a escravidão fosse “abolida”. Mas ainda não efetivamos o processo completo de abolição. Mantemos uma das mais acentuadas desigualdades sociais do mundo e a população negra está na margem da riqueza produzida no Brasil. Existe ainda uma política deliberada de extermínio das populações negras e pobres como manifestação mais cruel do racismo, processo intensificado no capitalismo.

O racismo brasileiro tem singularidades próprias, decorrentes da formação histórica do país e do seu povo. Após a escravidão os “grandes intelectuais” desenvolveram vários estudos que indicavam o branqueamento da população. Estavam enganados. Os negros continuaram a formar a identidade cultural do povo brasileiro.

A democracia racial só é praticável conjuntamente com a democracia social. A construção de uma nação forte e soberana, através de um novo projeto de desenvolvimento nacional passa necessariamente pela correção das injustiças históricas a que foi submetida a população negra.

Como herdeiros de Zumbi e Dandara, acreditamos e lutamos por um mundo onde não haja exploradores e explorados, nem senhores e nem escravos. E isto se faz com rebeldia.

Rebele-se contra o racismo!

“A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista. Ela é que incandesce, ainda hoje, em tanta autoridade brasileira predisposta a torturar, seviciar e machucar os pobres que lhes caem às mãos. Ela, porém, provocando crescente indignação nos dará forças, amanhã, para conter os possessos e criar aqui uma sociedade solidária”. (Darcy Ribeiro)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Conferência Municipal de Cultura.


No próximo dia 21 de outubro, será realizada na sala de exposição da fundação cultural uma ampla reunião para discutir a cultura do Município. Trata-se da Conferência Municipal de Cultura, que tem o objetivo de promover o encontro entre cidadãos e os representantes do Governo Municipal para que possam construir propostas de políticas públicas de cultura.


A Conferência de Cultura vai mobilizar artistas da cultura popular, intelectuais, grupos e entidades culturais, estudantes, professores e representantes de diversos setores da Prefeitura.
Despertando a idéia de que “Em qual é o lugar da cultura no município?” Será debatido durante o encontro sub-temas: Gestão pública da cultura; Cultura é direito e comunicação e Patrimônio Cultural.


Este é o momento em que a sociedade civil e as organizações que têm interesse em discutir a concepção de cultura da cidade, se reúnem para traçar um plano municipal e influenciar novas mudanças à ser realizadas em quais quer esfera governamental vigente.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Busão nosso

Saudações camaradas.

Acompanhe os vídeos, sem cortes, da militância de rua da campanha do busão é nosso no blog:

www.vacalaticaa.blogspot.com


Confira.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

UJS na luta pelo passe livre.

Entidades estudantis discutem o tema com o vereador autor da lei.

Cerca de trinta (30) pessoas participaram na Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, da reunião que pautava a instituição do Passe Livre Estudantil. Realizada no último sábado, 26, a reunião contou com a presença de representantes da UJS, UPE, UPES, do vereador autor do projeto de lei Rodrigo Cabral – PSB e da comunidade iguaçuensse.


O passe livre é uma gratuidade na tarifa do transporte coletivo do Brasil. Na maioria dos casos, é concedido a idosos, deficientes físicos, policiais militares, oficiais de justiça, trabalhadores dos correios e outras classes de funcionários públicos.


O que se deve adequar mediante ao aumento da evasão escolar, impedindo que o direito à educação sela amplamente exercido. É a instituição do passe livre estudantil, no qual a UJS, UPE e UPES mantém como bandeira de luta ativa e hoje une esforços com todos os estudantes secundaristas e universitários, para desfrutar daquilo que é lei.


Durante a reunião, Sérgio Santander, representando a UPE sugeriu que o passe fosse vinculado com as entidades (UPE e UPES), no qual foi acatado pelo vereador autor do projeto.
De acordo com o projeto de lei nº129/2009 em seu artigo 1º cita: “Art. 1º Fica instituído o passe livre a todos os estudantes de Universidades Públicas e da rede pública municipal e estadual de ensino do Município de Foz do Iguaçu.”

Mas se analisarmos pela ótica da desigualdade social, quem hoje estuda em universidades públicas são aqueles que gozam de fáceis condições de locomoção.
“Sendo assim, pelo menos para os estudantes das Universidades Particulares que são beneficiados pelo PROUNI, tenham o direito ao passe livre estudantil”, comenta Pablo Braga Machado – presidente da UJS.


Rodrigo Cabral – PSB acredita nessa união de esforços e quer fazer com que essa movimentação aconteça de fato.

Saudações socialistas!
De Foz do Iguaçu – Hellen Samantta.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

UJS CATARATAS E OS DESAFIOS DA NOVA FASE

A atuação política da juventude da cidade de Foz do Iguaçu é marcada por histórias e lutas por seus interesses. A União da Juventude Socialista esteve presente em boa parte delas. Após a reeleição do Prefeito Paulo MacDonald (PDT), trouxe a UJS FOZ o amadurecimento e avaliação de sua atuação tática na juventude.

Com a participação eleitoral da UJS ao lançar o camarada Pablo Braga Machado (PCdoB) a vereador, contribuiu com esta entidade no desenvolvimento de sua política e na transmissão de suas idéias. Promovendo atividades como o “Movimento Boto Fé”. A campanha eleitoral é um desafio por ser uma atuação política árdua e de compromisso. Momento oportuno para todos aqueles que acreditam que a transformação é possível, por meio do debate político, recheado de propostas e anseios de mudanças para o povo.

Por isso, a UJS de Foz neste segundo semestre propõe novos ares no seu compromisso político, ideológico e social. Convocamos a todos os filiados e militantes a construir uma UJS CATARATAS influente politicamente, brava na luta e firme na sua atuação. Para esse novo momento a compreensão e o compromisso de todos são fundamentais para nossas conquistas futuras.

Iniciando pela nova fase que passamos a direção municipal propõe uma mudança no seu nome fantasia, de UJS FOZ para UJS CATARATAS. Isso é uma característica de criatividade e autonomia organizacional. Com um nome carismático e característico de nossa cidade acreditamos que poderá ser muito útil em nossa propaganda política.

Essa nova fase traz para a UJS CATARATAS novos desafios e isso dever ser bem entendido por todos os filiados e militantes. Os desafios que devemos encarar são na esfera administrativa, organizacional e na sua ação política. Por isso, a proposta é primar no âmbito DO COMPROMISSO, DA OUSADIA E DO PROTAGONISMO. Para compreendermos melhor, vejamos passo a passo.


UMA UJS ADMINISTRADA

Para nossa influência política entendemos que o mais importante é ser internamente muito bem administrada. Seu funcionamento dever ser correto nos âmbitos legais e jurídicos. Para uma UJS de massa é normal que ela necessite de mais pessoas, mais grana e mais estrutura (sede, xerox etc).

Estamos nos propondo a organizar seus documentos, história e teses. Para que no seu futuro possa ser ferramentas que ajudem em nossas decisões, para que os militantes estudarem nossa atuação passada e presente.

Na função financeira devemos atuar mais profissionalmente, promovendo política de arrecadação (festas, rifas, carteirinha militante etc..) e sendo correto em sua prestação de contas. Assim, a direção municipal esta no encaminhamento da oficialização com um CNPJ da UJS CATARATAS. Mas isso demandará um compromisso fiscal jamais proposto antes, iremos nos enfiar numa furada se não trabalharmos corretamente. Será a receita federal na nossa bota. Daí é sujo, né?!

Não devemos mais utilizar métodos convencionais, a ousadia como a nossa UJS de CNPJ nos coloca a encaminhar novos métodos, com mais pessoas responsáveis em auxiliar nas finanças da nossa organização. O compromisso de cada um é fundamental para o nosso sucesso.


UJS É DE MASSA E ORGANIZADA

Desde a primeira vez que a conhecemos, a UJS demonstrou em sua essência ser um movimento de organização juvenil para boa parte dos jovens. Sendo uma entidade de massa que foi a proposta na sua criação. Tendo uma autonomia na sua decisão política e na influência nas tribus da juventude.

Mas, querer ser de massa não é ser de massa. É preciso conquistar isso, com o número de filiados e influência política. Não nos propomos ser o que não podemos ser. Por isso, a UJS CATARATAS deve entrar em sua primeira campanha de filiação dessa nova fase, para atrair mais pessoas ao compromisso de construir uma sociedade mais justa e para todos.

Cada filiado hoje deve ter o compromisso de chamar um amigo para a luta revolucionária. Claro, que não pela expressão da palavra, mas na sua prática. Um revolucionário que acredita ser possível criar uma condição melhor para nosso povo.

Nada nos adianta nos propormos ser de massa, senão atuarmos como tal. Por isso, o mais importante é o COMPROMISSO com a UJS. Todo filiado deve ser incluído num desafio particular e coletivo. Mesmo trabalhando, estudando e tendo família o maior dos desafios é fazer que todos sejam estimulados a fazer um pouquinho daquilo que acredita.

A mudança social não acontece sozinha e do nada. É protagonizada por vários elementos que a compõe, sendo um elemento fundamental para o socialismo, o COMPROMISSO revolucionário. Se realmente acredita que é possível mudar, é preciso AGIR e atuar dentro de uma esfera organizativa da UJS.

Portanto, a UJS CATARATAS convida a todos os filiados e militantes a assumirem seu papel político, cada pessoa tem de estudar mais os conceitos marxistas e leninistas, executar tarefas deliberadas em coletivo, participar permanente nas ações da UJS e acreditar no que está fazendo.

Na sua organização a UJS CATARATAS quer ser mais protagonista nas lutas estudantis, seja no movimento estudantil secundaristas dentro dos colégios ou no movimento estudantil universitário. A idéia é organizar um coletivo secundarias e universitário para pensar na política estudantil de forma coletiva com as idéias de todos.

Avançar na atuação do hip hop, com o núcleo da Nação Hip Hop Brasil. Fomentar culturalmente a política do hip hop, com muita influência e protagonismo, fazendo discussão política e promovendo arte do povo. Realizar o curso de formação e encaminhar campanhas de idéias dos manos do hip hop.

Claro que a idéia da direção municipal da UJS CATARATAS hoje não é apenas atuar nessas frentes, movimentos estudantis e hip hop/cultura. Mas é organizar movimentos de meio ambiente, jovens trabalhadores e esportistas. A nossa ousadia é limitada hoje, queremos avançar nisso, por isso entendemos que só será possível quando tivermos mais pessoas para ajudarem na construção da UJS CATARATAS de massa e com mais idéias.

A ousadia do filiado é fundamental para o compromisso militante que queremos. Aqueles que vêem com esperança um futuro melhor participem na UJS.

NA POLÍTICA VAI TER QUE RESPEITA

Podemos ver que não somos os únicos que queremos fazer algo na área da juventude. Mas, inevitável que o nosso compromisso é diferente de qualquer outro. Não somos prepotentes a ponto de dizer que somos os melhores e tal. Quero apenas ser protagonistas e certos em nossas posições.

No desafio político vale lembrar que outras forças políticas têm algum interesse, não como nosso, mas assim como nós. Na forma, não no conteúdo. Então, é comum observarmos que em alguns momentos nossas atuações não sofreram efeito por não saber fazer. Na mídia não entendemos como atuar, nas campanhas de massas sofremos com a falta de grana e no respeito político com as outras forças, não nos damos bem pelas fases que demonstramos força e fraqueza.

Está colocado um novo ritmo político para a UJS CATARATAS. Ter uma influência gigantesca na juventude. É preciso falar com mais gente e mostrar na prática que realmente fazemos e não ficamos apenas falando. Ser garganta não nos da o título de maior juventude política organizada do Brasil.

Por ter uma respeitabilidade nacional, não nos dá o luxo de sermos sem vergonha em nossa prática militante. Na política é claro que quem entende como funciona, quem demonstra força com muita gente, quem faz barulho (manifestações) e quem tem mais idéias, comandam o negócio.

Na prática temos a ousadia de entender como fazer, precisamos demonstrar mais força, falando para cada pessoa, colega e amigo o quão é importante participar de uma mudança social. Não ser chato, é preciso convencer politicamente por ter idéias que realmente agrade o ouvinte. É claro, fazer ações e atos que demonstram essa força. Algumas vezes, um desafio e tanto ir pra rua e passar a idéia pro povo. Devemos ser ousados nesse sentido.

As campanhas devem nos ajudar para nossa influência política. Pessoas que são carentes politicamente devem encontrar na UJS a fuga por algo que acredita. Construir uma entidade que lute por uma sociedade para todos, com a idéia de todos e no centralismo democrático.

Nosso convencimento ideológico deve ser mantido por conceitos de Karl Marx e Lênin. A proposta de uma sociedade socialista deve ser bem trabalhada na tradução pro povo, com campanhas de compromisso social, ousadia popular e protagonismo juvenil.

Devemos defender as idéias do nosso coletivo, discutidos entre todos. O protagonismo é inevitável se atuarmos direitinho com a força de cada um. Demonstrarmos que somos grande é importante para que as políticas da Velha Era, fica para trás e jamais retorne nesse novo momento histórico.

A política que propomos é um Brasil soberano. Um projeto de nação que seja discutido com a idéia de um país que queremos para nossos filhos. Tendo um PRÉ-SAL do povo brasileiro, revertido para o desenvolvimento da nação. Uma integração latina americana que jogue força na construção de um continente livre e desenvolvido.

Aos filiados e militantes da UJS de Foz do Iguaçu, saudações revolucionárias.

VIVA O SOCIALISMO COM A NOSSA CARA

Serginho Santander Diretor de Organização da UJS CATARATAS

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Eleita a nova direção municipal do Pc do B em Foz do Iguaçu.

Foi a maior conferência da história do partido.


Aconteceu, neste domingo, 20, de setembro, na sede do Rotary Club a Conferência Municipal do Partido Comunista do Brasil, cerca de 200 pessoas participaram dessa etapa municipal. Houve um Ato cultural no ínicio das atividades, promovido pela companhia de teatro Amadeus, com a peça Romeu e Julieta – acústico.








E logo deram seqüência aos trabalhos do dia, com o Ato político que contou com presença da Secretaria de Educação – Joane Vilela Pinto; Ortêncio Sampaio Castilha presidente do PDT de Foz do Iguaçu; do Vice-prefeito Francisco Lacerda Brasileiro; do Prefeito Paulo Mac Donald Ghisi; Xeque e o presidente da UJS Cataratas Pablo Braga Machado.














Líderes da comunidade Palestina; XequeDr.Chaikh Mohsin Alhassani; Prefeito Paulo Mac Donald; Vice-prefeito Chico Brasileiro; Ortêncio Castilha - presidente PDT e Joane Vilela - Secretária de Educação.

O período da tarde foi de intenso trabalho em torno da discussão do novo programa socialista em que foi direcionada pelos camaradas Pablo e Sérgio, no qual destacavam que: “A 1ª vitória é que fazemos parte de uma jovem nação que é o nosso país com um povo único. A 2ª vitória, vivida a partir década de 30, foi a conquista de direitos trabalhistas e agora é necessário alcançar a 3ª e grande vitória. Formar uma nação soberana para o nosso povo, com a valorização do trabalho com mais oportunidades”.

“O Brasil, hoje, relaciona com outros países que almejam idéias semelhantes e que venha a beneficiar integralmente todo o povo, um exemplo disso é a UNILA”, finaliza Pablo.
Vereador Nilton Bobato dando ínicio aos trabalhos da Conferência.

Além da eleição da nova Direção Municipal (para o biênio de 2009-2011), na qual dois dos integrantes orgulhosamente pertencem à UJS são eles: Tiago Egea Berrido – ativista do movimento hip-hop e Adriano José da Silva acadêmico/tesoureiro do DCE da UNIOESTE e Diretor de formação da UJS.
“É uma grande satisfação fazer parte dos encaminhamentos políticos desse partido, que sempre esteve ao lado da juventude e dos trabalhadores na construção de um Brasil soberano e mais justo com os seus filhos”, concluí Adriano da Silva.

Saudações Socialistas!

De Foz do Iguaçu – Hellen Samantta.



Camaradas de partido e da UJS.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

UJS 25 anos!


Esta será a segunda edição da festa "Hasta la Victoria", realizada pela UJS das Cataratas. Mas essa é especial. A maior juventude política organizada do país chega aos 25 anos em defesa do Brasil, da juventude e do socialismo.

domingo, 13 de setembro de 2009

Direção municipal da UJS – Cataratas realiza reunião extraordinária.

Festa de 25 anos, movimento secundarista com seus projetos a todo vapor, pontos de cultura em evidência e grupos de estudos foram algumas das pautas...


O que era para ser uma reunião de grupo de estudos comunistas – no último sábado (12/09/09) tornou-se uma reunião extraordinária da Direção Municipal da UJS/Cataratas. “Nada previsto, mas houve a necessidade por parte do pessoal - que está no grupo de estudos afinal a galera que dirige de fato a UJS- sentiu necessidade de ao invés de discutir o manifesto, debater a UJS em si”, comenta Pablo Braga Machado – Presidente da UJS/ Cataratas.

Destaque para o movimento estudantil secundarista, que terá uma boa oportunidade de levar em frente à campanha do “busão é nosso”, chegar mais perto dos estudantes em cada colégio da cidade com essa idéia, esclarecer e agitar a Lei do Passe Livre.
E ocupar o apoio que estamos ganhando, mediante conversas, com o vereador Rodrigo Cabral – PSB, no qual em sua plataforma política eleitoral destacava a implantação da Lei do Passe Livre. Claro que com o apoio da UJS, ajudando a construir e levantar essa bandeira.
Aproveitando que no próximo sábado (19-09-09), local a definir, haverá uma conversa junto ao vereador Rodrigo, para estarmos dialogando com relação à este projeto.

A cultura também foi colocada em pauta, com o plano de estruturação dos Pontos de Cultura do CUCA – Centro Universitário de Cultura e Arte. Prioridade para a construção de dois (2) pontos de cultura em Foz – Nação hip-hop que já desenvolve o projeto com a banca e já participa encaminhando suas idéias, junto com o Diretor da Fundação Cultural o camarada Juca. E um outro projeto em andamento já em finalização e adaptação chamado, Cultaratas- do movimento estudantil universitário.
“Movimento cultural sempre é bom e na ocasião de ter dois pontos, realizando e divulgando cultura com auxílio financeiro possibilitando então vários atrativos nessa área”. Concluí Pablo Braga Machado.

“Já na Formação, há uma necessidade de um Curso de Formação”, cita Adriano José – Diretor de Formação da UJS.
Tendo em vista a demanda crescente foi marcado para o sábado (17/10/09) – com local a definir também – o Curso Municipal de Formação nível 1.5.
E o grupão de estudos comunistas deve reunir-se no sábado (26/09/09) às 16h, para fechar o ciclo de estudos do Manifesto Comunista de Karl Marx e Engels.
Não poderíamos esquecer da nossa aniversariante do mês, que completa seus 25 anos convictos.
Isso mesmo, a UJS comemora 25 anos e não deixaremos passar em branco desde já deixe agendado que na sexta-feira (25/09/09) no Otroplano com a presença das bandas: Raízen; Aliados da periferia; Makinorama e Mano Santiago.

O ingresso antecipado R$ 10,00 – estudante paga R$ 5,00.
Na hora o ingresso fica em R$ 15,00 – estudante paga R$ 7,50.

Participe conosco da festa de 25 anos de comemoração da UJS/Cataratas.


Da esquerda para a direita camaradas: Ramon; Rodrigo; Júnior(Corcundinha); Sérgio; Pablo; Adriano e Karina.




Reunião em clima de descontração.





Um bate-papo antes de iniciar a reunião.



Saudações socialistas!

De Foz do Iguaçu – Hellen Samantta.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

UJS-Foz estuda Manifesto Comunista

Aconteceu no último sábado (05/09) a reunião dos Grupos de Estudos Comunistas, parte do programa de formação continuada dos dirigentes da UJS-Foz. Os camaradas estudantes de história Jackson e Alessandro (ambos do Núcleo da Uniamérica) fizeram uma exposição sobre o feudalismo e sua transição ao capitalismo além do contexto da época em que foi escrito o Manifesto do Partido Comunista.


O Manifesto do Partido Comunista é o texto fundador da teoria marxista e o programa básico do proletariado face à escravidão capitalista, publicado pela primeira vez em fevereiro de 1848 pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels. O Manifesto sugere um curso de ação para uma revolução socialista através da tomada do poder pelos proletários. Marx e Engels partem de uma análise histórica, distinguindo as várias formas de opressão social durante os séculos e situa a burguesia moderna como nova classe opressora. Não deixa, porém, de citar seu grande papel revolucionário, tendo destruído o poder monárquico e religioso valorizando a liberdade econômica extremamente competitiva e um aspecto monetário frio em detrimento das relações pessoais e sociais, assim tratando o operário como uma simples peça de trabalho.

Sua leitura e estudo são uma fonte permanente de ensinamentos para todos os militantes comunistas, todos os trabalhadores esclarecidos, todos os homens e mulheres que se interrogam sobre os destinos da humanidade.

A próxima reunião do grupo está marcada para sábado (12/09) às 15h no Condomínio Residencial Village San Francisco.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

MST e as ações criminosas da revista Veja

Os editores da revista Veja são de um cinismo depravado. Na edição desta semana, este panfleto da direita colonizada estampou mais uma capa com ataques ao MST. A manchete provocadora: “Abrimos o cofre do M$T”. A foto montagem: um boné da organização com dólares e reais. A chamada: “Como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra desvia dinheiro público e verbas estrangeiras para cometer seus crimes”. Na “reporcagem” interna, nenhuma entrevista com lideranças dos sem-terra e nenhuma visita às escolas e assentamentos produtivos do MST.

Como arapongas ilegais, ela se jacta de que “teve acesso às movimentações bancárias de quatro entidades ligadas aos sem-terra. Elas revelam como o governo e organizações internacionais acabam financiando as atividades criminosas do movimento”. As quatro entidades – Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária (Concrab), Centro de Formação e Pesquisas Contestado (Cepatec) e Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo (Itac) – “receberam 43 milhões de reais em convênios com o governo entre 2003 e 2007”, resmunga a revista da Editora Abril, que sempre saqueou os cofres públicos.

Uma “reporcagem” interesseira

O novo ataque ao MST não é gratuito. Ele ocorre poucos dias após a jornada nacional de luta por mais verbas para a reforma agrária e pela atualização dos índices de produtividade, usados como parâmetros legais para a desapropriação de terras. Diante da sinalização do governo Lula de que atenderia as justas reivindicações, a revista Veja resolveu sair em defesa dos latifundiários e dos barões do agronegócio. Não há nenhuma investigação jornalística sobre as premiadas iniciativas educativas e sociais do MST. Apenas opiniões preconceituosas para criminalizar o movimento. Seu objetivo é asfixiar financeiramente o MST, fragilizando a heróica luta pela reforma agrária.

Daí a “reporcagem” esbravejar, num tom fascistóide, que “o MST é movido por dinheiro, muito dinheiro, captado basicamente dos cofres públicos e junto às entidades internacionais. Ao ocupar ministérios, invadir fazendas, patrocinar um confronto com a polícia, o MST o faz com dinheiro de impostos pagos pelos brasileiros e com o auxílio de estrangeiros que não deveriam se imiscuir em assuntos do país”. A matéria também serve de palanque para o tucano José Serra. “Aliados históricos do PT, os sem-terra encontraram no governo Lula uma fonte inesgotável de recursos para subsidiar suas atividades”. E ainda estimula intrigas. “O governo Lula agora experimenta o gosto da chantagem de uma organização bandida que cresceu sob seus auspícios”.

Resposta corajosa do MST

O MST já respondeu com altivez às provocações. “Não há nenhuma novidade na postura política e ideológica desses veículos, que fazem parte da classe dominante e defendem os interesses do capital financeiro, dos bancos, do agronegócio e do latifúndio, virando de costas para os problemas estruturais da sociedade e para as dificuldades do povo brasileiro. Desesperados, tentam requentar velhas teses de que o movimento vive à custa de dinheiro público. Aliás, esses ataques vêm justamente de empresas que vivem de propaganda e de recursos públicos ou que são suspeitas de benefícios em licitações do governo de São Paulo, como a Editora Abril”.

Quanto aos ataques, a nota é elucidativa. “Em relação às entidades que atuam nos assentamentos de reforma agrária, que são centenas trabalhando em todo o país, defendemos a legitimidade dos convênios com os governos federal e estaduais e acreditamos na lisura do trabalho realizado. Essas entidades estão devidamente habilitadas nos órgãos públicos, são fiscalizadas e, inclusive, sofrem perseguições políticas do TCU (Tribunal de Contas da União), controlado atualmente por filiados do PSDB e DEM. Elas desenvolvem projetos de assistência técnica, alfabetização de adultos, capacitação, educação e saúde em assentamentos rurais, que são um direito dos assentados e um dever do Estado, de acordo com a Constituição”.

Um negócio de 719 milhões de reais

Em mais este ataque colérico, a revista Veja prova que é imoral e cínica. Tudo que publica serve a objetivos políticos precisos, mas embalados na manipulação jornalística. De fato, muita coisa precisa ser investigada no país. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a mídia tornou-se uma urgência. No caso da Editora Abril, que condena o “auxílio de estrangeiros que se imiscuem em assuntos do país”, seria útil averiguar sua própria origem, quando o empresário estadunidense Victor Civita se mudou para São Paulo, em 1949, trazendo na bagagem um sinistro acordo com a Disney. Não é para menos que muitos o acusaram de “agente do império” e de servidor da CIA.

Quanto aos recursos públicos, seria necessário apurar as compras milionárias do governo tucano de José Serra das publicações da Abril. O Ministério Público Federal inclusive já abriu processo para investigar o caso suspeito. No embalo, poderia averiguar as recentes denúncias do jornalista Carlos Lopes, editor do jornal Hora do Povo. No artigo intitulado “O assalto do grupo Abril aos cofres públicos na venda de livros do MEC”, com base em dados do Portal da Transparência, ele mostra que “nos últimos cinco anos, o Ministério da Educação repassou ao grupo Abril a quantia de R$ 719.630.139,55 para compra de livros didáticos. Foi o maior repasse de recursos públicos destinados a livros didáticos dentre todos os grupos editoriais do país”.

A urgência da CPI da mídia

“Nenhum outro recebeu, nesse período, tanto dinheiro do MEC. Desde 2004, o grupo da Veja ficou com mais de um quinto dos recursos (22,45%) do MEC para compra de livros didáticos... O espantoso é que até 2004 o grupo Civita não atuava no setor de livros didáticos. Neste ano, o grupo adquiriu duas editoras – a Ática e a Scipione. Por que essa súbita decisão de passar a explorar os cofres públicos com uma inundação de livros didáticos? Evidentemente, porque existe muito dinheiro nos cofres públicos... O MEC, infelizmente, está adotando uma política de fornecer dinheiro público para que o Civita sustente o seu panfleto – a revista Veja”.

“Exatamente essa malta, cínica e pendurada no dinheiro público, acusa o MST de ter recebido, de 2003 a 2007, R$ 47 milhões em alguns convênios com o governo federal... Já o Civita recebeu só do MEC, entre 2004 e 2008, R$ 719 milhões, isto é, 17 vezes mais do que o MST – e não foi para trabalhar, mas para empurrar livros didáticos duvidosos, e a preço de ouro”, critica Carlos Lopes. Como se observa, uma CPI da mídia é urgente.

direto do Blog do Miro ("Uma trincheira na luta contra a ditadura midiática".)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A última semana de militância foi corrida e de grande repercussão.

Amamos nossa cidade, mesmo com todos os seus defeitos, suas calçadas de petit-pavé que destroem nossos sapatos, seu trânsito demi-caótico com seus motoristas afobadinhos. Entre tudo isso nossa última semana de militância foi corrida e de grande repercussão.


Audiência pública.

Estivemos presentes na última audiência pública (19/08), referente ao transporte coletivo. Mas não foi apenas uma participação comum, nossa militância esteve junto marcando presença com atitude e convicção que o diálogo com a comunidade é um dos primeiros passos para alcançar os objetivos.

Nosso trabalho de panfletagem pelos bairros, conversas com as juventudes dos bairros de Foz foi de tamanha repercussão que integrantes da comissão de melhoria do transporte, comentaram referente à uma juventude organizada - UJS/cataratas - que esteve pelas comunidades de Foz do Iguaçu.

A audiência esteve lotada com a presença da própria população que está crente e necessita ser ouvida, estão cansados de reclamar sobre o transporte coletivo; trabalhadores das linhas de ônibus da cidade; lideranças sindicais e sociais e claro que nós não estavamos de fora, manifestamos nosso pontos de vistas com sugestões de como a comissão poderá estar trabalhando frente a implantação desse novo método de transporte.

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I Colóquio Internacional - UNILA
Educação para a integração latino-americana

Aconteceu na última semana o I Colóquio Internacional da UNILA.
Mas o que será um Colóquio?
Segundo o velho e bom Aurélio: s.m. Conversa entre duas ou mais pessoas; conversação, entrevista.Conferência, simpósio, seminário: colóquio luso-brasileiro.

Foi nesse colóquio, que a UNILA recebeu a licença para a construção de sua sede a implantação da universidade dos sonhos(trata-se de 48mil metros quadrados).
Onde a juventude pôde indagar como será essa integração cuja pretenção é de recuperar um atraso histórico da América Latina dando oportunidade para milhares de jovens cursar um ensino superior.
A vinda da UNILA, representa a retomada da pauta da educação. E qual será o seu impacto com sede em Foz do Iguaçu?
Um enorme impacto cultural, histórico educacional e economico.
"Um feito calgado para o futuro, para que o conhecimento seja passado para todos os latinos. Integração solidária para toda a América Latina. A sede será no Brasil, porém o desenvolvimento será de todo nosso povo". (Carlos Mateo Bamelli - Diretor - geral paraguaio de ITAIPU).

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O BUSÃO É NOSSO: Transporte Coletivo de qualidade e a menos custo!

Quando precisávamos bater, batemos. Alguns acharam que até forte demais. Audiência Pública, resolução do nosso congresso e o zine Boto Fé!. Até em debate de candidatos a prefeito fomos citados. Ganhamos certa respeitabilidade perante a sociedade quando se trata de Transporte Coletivo. Tanto que fomos convidados a participar de uma comissão para a melhoria da qualidade dele em nossa cidade. É essa a comissão que irá propor o edital de licitação para a concessão às empresas que explorarão esse segmento, essencial para a grande maioria da população. Entendendo o problema e a responsabilidade de representar a juventude nesta importante discussão, é que nos esforçamos ao máximo para estudar o tema com a profundidade que ele merece. Jamais perdemos nossa essência de juventude contestadora dessa sociedade de exploração já desgastada em que vivemos. Somos sim contestadores da opressão que assistimos todos os dias. Mas somos, acima de tudo, protagonistas das mudanças. E é para isso que te chamamos. Iniciamos as discussões e todos são importantes para otimizar esse humilde texto que segue, base das discussões da União da Juventude Socialista de Foz do Iguaçu.
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Já bem conhecido na galeria dos principais problemas de nossa cidade está o Transporte Coletivo. Ir ao trabalho, escola, faculdade, estágio, grupo de estudo, biblioteca ou visitar algum amigo. Para muita gente isso só é possível através desse indispensável serviço. Mas em Foz do Iguaçu o que encontramos é um dos piores e mais caros serviços de transporte urbano do Paraná, desrespeitando e envergonhando nossa população além de prejudicar o desenvolvimento do turismo na cidade.
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Burocratização do acesso ao meio-passe e a sua utilização, ônibus lotados, desrespeito com os portadores de necessidades especiais e haja paciência para aguentar a demora do "busão". O senhor e a senhora que vão ao serviço. Os estudantes que vão para aula. E aqueles que moram em bairros afastados do centro e necessitam fazer verdadeiras viagens? Todos sofrem diariamente com a baixa qualidade desse serviço prestado não por boa vontade, mas concessão pública.
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Algumas cidades possuem transporte público operado por empresa pública. Não é o nosso caso. Em Foz, empresas privadas através de concessão pública operam o transporte de passageiros. Nestes casos, necessitamos através de fiscalização tanto do poder público bem como da sociedade garantir que os interesses da grande maioria da população estejam acima de interesses individuais.
Entendemos que na sociedade em que vivemos, capitalista, tudo é mercadoria. E não poderia deixar de ser também o transporte. Dele deve se extrair lucro. O máximo possível. E este sempre acompanhado da exploração do trabalhador e do povo pobre. O mais avançado a que chegaríamos seria a completa estatização do sistema, garantindo o retorno de todo esse lucro à sociedade.
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Estatizar todo o sistema infelizmente não é paupável para nossa realidade atual. É uma boa para daqui algum tempo, precisamos criar as condições. Mas então, por onde podemos começar? Atualmente as empresas ganham por passageiros. Ou seja, quanto mais encher o busão maior o lucro. E o que acontece? Ônibus lotados, aumento no tempo de espera e de viagem.
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E se pagássemos as empresas por quilômetro-rodado? É, isso mesmo. Não é nenhuma loucura. Afinal, já acontece em cidades como São Paulo e Curitiba. Neste modelo a empresa responsável passa todo o dinheiro arrecadado para o poder público que irá gerir o recurso como lhe couber e passar à empresa os valores, estabelecidos em contrato, da distância percorrida pelos veículos. As empresas não se vêem obrigadas a encherem seus ônibus para obter mais lucro. As rotas são estabelecidas conforme interesse social (e não comercial) e coloca-se um ponto final nas discussões sobre o preço da passagem e sobre as concessões que as empresas devem fazer aos estudantes, idosos, portadores de necessidades especiais e outros usuários que recebem benefícios na forma de transporte. Além disso, as empresas podem estabelecer um melhor equilíbrio financeiro, uma vez que os valores recebidos podem ser pré dimensionados, independente do período do ano e do andamento da economia, não havendo, assim, flutuação na arrecadação dos prestadores de serviços.
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E esse negócio de catraca eletrônica, é bom ou ruim?
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Bom, pois além de permitir um maior controle do número real de passageiros pelo Foztrans podendo ainda ser publicado diretamente online, possibilita sistemas de integração como em Londrina por exemplo, em que ao descer de alguns ônibus as pessoas tem um tempo determinado para pegarem outro ônibus sem pagar novamente a passagem.
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Mas as catracas não geram desemprego?
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Claro que não. Afinal o trabalho dos cobradores continuam essenciais para prestar um bom atendimento aos turistas e ao povo que não é obrigado a comprar o cartão magnético. Não podemos admitir que a implantação das catracas cause uma desculpinha para demitir funcionários prejudicando a qualidade do transporte.
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E o que mais podemos fazer?
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Criação de pontos nodais - Pontos em que várias linhas poderiam ser compartihadas como terminais regionais.
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Expansão da acessibilidade - Garantir a devida adequação do transporte coletivo para o bom atendimento dos portadores de necessidades especiais.
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Licitação por linhas e não por lotes - Dessa forma possibilitariamos que pequenas empresas participassem de licitações para o transporte coletivo.
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Adequação dos carros as condições da cidade - Carros confortáveis e novos garantindo a qualidade de todo o sistema.
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Reserva de quilometragem - Destinar determinada quantidade de quilômetros para eventos de caráter social promovidos pela prefeitura ou por organizações da sociedade civil.
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Fim do aproveitamento de linhas - Tornaria mais ágil e eficiente tendo em vista que os ônibus somente poderiam pegar passageiros nos pontos pré-estabelecidos.
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Controle da conta pelo Foztrans - O órgão deve ter todo o controle financeiro e ser encarregado de administrar todo o sistema de transporte, fiscalizando as empresas.
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Banheiro gratuito no terminal - espaço público, banheiro público. É um absurdo não termos um banheiro para utilizar sem pagar no nosso terminal de transporte urbano.

sábado, 15 de agosto de 2009

O Busão é nosso. Transporte Coletivo para todos, bem barato e de qualidade!


Galera,
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O Transporte Coletivo está em debate na nossa cidade. Dia 19 de Agosto, será realizado a Audiência Pública sobre o Transporte Coletivo às 19:00 na Fundação Cultural.
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Esse é um tema interessante para todos nós. A juventude não pode mais ficar calada, diante de um transporte coletivo que não atende as nossas necessidades. Temos o dever de nos organizar e falar o que pensamos. A idéia de um transporte do povo, do jeito que a gente precisa. Se vemos o transporte coletivo como do "povo", porque está nas mãos de pessoas que visam apenas o bem do bolso e não o bem da população?
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Não podemos ficar mais reféns dos busão! Não é interessante ter um único terminal, veja um exemplo: Se um jovem trabalha e estuda. Tem de sair do trabalho e ir direto para a faculdade. Não dá tempo. Simplesmente, porque não tem como ele ir pra casa, voltar para o centro (único terminal) e ir pra faculdade. Isso é justo?
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Não dá para ampliar as frotas e facilitar a vida da galera com terminais regionais?
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E outra coisa, também é ridículo ter horários de ônibus específicos para portadores de nececissades especiais que tem de ficar horas no ponto esperando por um transporte de merda.
Devemos garantir direitos, como o do meio-passe para estudantes de forma desburocratizada e ilimitada.
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A juventude iguaçuense tem a oportunidade de discutir o transporte coletivo com a galera da UJS- União da Juventude Socialista. Vamos fazer um arrastão. Divulgar a idéia e chamar a galera para participar. Queremos um transporte acessível. Acreditamos que juntos, podemos propor melhorias que atendam a realidade do jovem, do trabalhor e de toda a comunidade.

MANIFESTO VERMELHO

Toda noite tem aurora. E toda aurora tem seus galos, clarinando no escuro o dia por nascer. A ambição do portal Vermelho é ser um galo assim na internet. Contribuir para dissipar treva neoliberal. Trabalhar para que venha logo a alvorada dos trabalhadores e povos da Terra.


Proclamação de compromissos


Vermelho nasce num planeta imerso na crise e na guerra. Num continente sob ameaça de recolonização em nome do "livre comércio". Num Brasil entregue aos Silvério dos Reis contemporâneos. E num ambiente, a internet, que é o fiel espelho virtual desta realidade. Também aqui reinam o neoliberalismo com o imperialismo norte-americano à frente, a hiper-mercantilização e a concentração da riqueza, a crise e o desemprego, o banditismo e o lixo cultural - em especial o made in USA.

No entanto, combatendo a treva há também a luz. A consciência crítica se reergue, de Seattle a Ramallah e Porto Alegre. Muitos milhões de mulheres e homens se engajam na resistência, em nome da paz, do progresso e da liberdade.

A própria internet é igualmente um cenário da luta por outra realidade, por um mundo novo, um novo Brasil. E um cenário para um público de milhões, que permite comunicação de massas a preço relativamente desprezível, em tempo real e escala planetária, com texto, som, imagem, movimento, interatividade…

Vermelho engaja-se neste combate. Empenha-se em explorar ao máximo estas características. Deseja colocá-las a serviço dos trabalhadores e não dos burgueses, dos povos e não dos impérios, da liberdade e não do macartismo bushiano, do conhecimento e não do embrutecimento, da programação livre e não do monopólio da Microsoft.

A modernidade, e seu ícone da moda, a internet, encerram em si duas classes sociais e, logo, dois projetos. Rejeitamos a modernidade burguesa, conservadora, que nos vende a cada dia uma mudança para que tudo continue como está. Por isso mesmo abraçamos a modernidade transformadora, revolucionária, que busca nas mudanças do presente os pontos de apoio capazes de alavancar o futuro.

Sim, tomamos partido, para o escândalo dos senhores embelezadores do status quo. A partir do nome - Vermelho! - proclamamos orgulhosamente nossos compromissos: com a independência e soberania de nosso país; com a liberdade e a democracia; com o progresso, os direitos e conquistas sociais, o trabalho e os trabalhadores; com o socialismo e o comunismo; com as bases teóricas e as forças de vanguarda capazes de conduzir estas lutas.

Com este posicionamento dirigimo-nos aos internautas, em particular três segmentos que vêm crescendo na medida em que o público da rede se torna mais amplo e mais pobre: a juventude; a intelectualidade; e, por fim mas não por último, a numerosa parcela do proletariado moderno que freqüenta a internet no trabalho ou em casa.


Para ler o resto do Manifesto: Portal Vermelho

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Estudante

"Nunca te deixes ser fraco, desleal, covarde. Pois tu, jovem estudante,
tens que assumir o comando do teu país."
(Marina da Silva)



SER ESTUDANTE


Se quiseres ser um verdadeiro estudante
Não aprenda só o superficial,
Pois o difícil pode se tornar barreira vencida.
Para aquele cujo momento chegou agora, nunca é tarde demais!
Aprender o ABC não basta, mas aprenda-o.
Procura na escola o que deseja para tua vida,
Pois ela te recolherá, orientará, dirigirá.
Confia nos teus mestres: eles não te decepcionarão.
Se não tens teto, cobre-te de saber,
De vontade, de garra.
Se tens frio, se tens fome,
Agarra-te ao livro: ele é uma boa arma para lutar.
Se te faltar coragem,
Não tenha vergonha de pedir ajuda.
Certamente haverá alguém para te estender a mão.
Sê leal, fraterno, amigo, forte!
Nunca te deixes ser fraco, desleal, covarde.
Pois tu, jovem estudante,
tens que assumir o comando do teu país.
Respeita para ser respeito.
Valoriza para ser valorizado.
Espalha amor para seres amado.
Não tenhas medo de fazer perguntas:
toda a resposta terá sentido.
Não te deixes influenciar por pensamentos alheios ou palavras bonitas.
Tenha a tua própria linguagem (aperfeiçoa-te).
Quando te deparares com a injustiça, a impunidade, a corrupção,
a falta de limites, o abuso de poder,
Pensa na existência de tudo o que te cerca.
Busca o teu ideal e lembra: um valor não se impõe, se constrói.
Não faça do teu colega, uma escada para subir.
Isto é imoral e a imoralidade não faz parte da tua lição.


Autora: Marina da Silva



domingo, 9 de agosto de 2009

Transporte coletivo é tema de discussão da UJS-Foz

Na busca por um transporte coletivo de qualidade entidade discute o tema e busca soluções.

Superlotação, atrasos e ônibus sucateados ainda são as principais reclamações dos usuários do transporte coletivo em Foz do Iguaçu - PR. Além destes problemas, eles são obrigados a enfrentar a imprudência dos motoristas no trânsito e o desrespeito destes com aqueles que aguardam nos pontos de embarque e desembarque, já que muitos não param em alguns pontos e, quando o fazem, não aguardam o usuário descer ou subir, principalmente os idosos.
Mas quando debatemos o assunto: transporte coletivo, falamos daquilo que compreende os meios de transporte em que os passageiros não são proprietários deles, e são servidos por terceiros. Os serviços de transporte público podem ser fornecidos tanto por empresas públicas como privadas.
Decorrente à esse tema, que não só preocupa como também faz com que saiamos na luta gradativamente com espírito de mudança.
Portanto, a UJS – Foz, nessa última sexta-feira (07/08) teve uma reunião, tratando o tema da próxima audiência pública, que contou com a presença do camarada e acadêmico de arquitetura e urbanismo Luiz Henrique, que realizou um estudo sobre o assunto.
Em março do ano passado a UJS participou da audiência pública e teve a ousadia de dizer que Foz tinha “o mais caro e o pior transporte coletivo do estado do Paraná” além de apontar vários outros problemas. Em maio definiu em seu 2º Congresso Municipal o Transporte Coletivo como a principal bandeira de luta da gestão. Essa orientação e a participação tanto na audiência e na última campanha para vereador (através do zine Boto Fé!, e demais discussões), deu perante a sociedade uma respeitabilidade sobre esse tema. Isso permitiu o convite para a participação numa comissão de estudos para a melhoria do transporte coletivo urbano, composta pelos seguintes membros: Diretor Superintendente do FOZTRANS, Aílton José de Faria, Diretor de Trânsito e Sistema Viário, Ali Hussein Safadi, Diretor de Transportes Públicos, Fabiano Mayer, Chefe do Grupamento de Trânsito da Guarda Municipal, Reginaldo José da Silva, representando o Conselho Municipal de Turismo, Luiz Carlos Queiroz, representando o Sindicato dos Taxistas, Nilton Noel da Rocha, Vereador de Foz do Iguaçu, Gessani da Silva, representando a Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (ACIFI), Roni Carlos Temp, e representando a União Juventude Socialista, Pablo Braga Machado.
Esta comissão é a responsável para lançar o edital do transporte coletivo urbano em nossa cidade.
Entendendo o tamanho da responsabilidade é que a UJS inicia uma discussão mais aprofundada com a sociedade e sua militância para a elaboração de soluções palpáveis para o transporte coletivo.

Está feito o convite para a audiência pública do transporte coletivo.
Dia: 19/08
Local: Fundação Cultural
Horário: 19hs.
Galera, não vamos ficar de fora dessa de mãos abanando, vamos agitar essa idéia na busca de mudanças nesse quadro caótico que vivemos.
Saudações Socialistas!

Estudantes são agredidos em defesa da sede da UPES


Os militantes estudantis Fabiana Zelinski, ex-presidente da UPE, Adriano Matos Soares, diretor da UPES e Arilton Freres, presidente da UJS-PR, foram agredidos com murros, pauladas e marteladas na manhã desta sexta-feira ao tentar defender a sede da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas – UPES, que situava-se Rua Marechal Malet com Manoel Eufrasio, bairro do Juvevê na Capital do Estado.


Os militantes agredidos, entraram na frente de um caminhão da empresa incorporadora Menezes que foi à sede para tomar posse do terreno, vindo a colocar no chão a casa de madeira que servia de sede para a entidade desde 1945.


A UPES trava desde 2005 uma batalha jurídica pela posse de sua sede com a incorporadora Menezes que invadiu a sede quando a entidade esteve desativada por alguns anos.


Neste momento, os militantes envolvidos encontram-se no 4º Distrito Policial da Capital aonde prestam depoimentos e seguirão para o Instituto Médico Legal aonde realizarão exames de corpo de delito.


Fonte: Vermelho, em 7 de agosto.



Ainda sobre o mesmo assunto, vale a pena conferir o texto do Michael em seu blog: http://cozinhadonosense.blogspot.com/

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ventos novos.

Ventos novos por aqui.
Sangue novo e desde já uma grande vontade de querer abraçar o mundo.

A UJS Foz, após a estadia em Brasília, voltou. E voltou com mais garra e força de vontade, como dizem estamos bombando e as idéias não param.
De momento, a UJS-Foz se prepara para um estudo intensivo com relação a ideologia marxista separados em 5 grupos de 3. Quer saber mesmo por que estudar marxismo? A importância da teoria marxista vem sendo compreendida por um número cada vez maior de militantes.

Como estudar?

Estudar é procurar compreender o que se leu, refletir sobre os assuntos abordados em um texto, reter o fundamental, estabelecer relações com outras idéias lidas e ouvidas.
Quando se pega um texto pela primeira vez, é importante começar por uma leitura atenta, para se ter a visão de conjunto. Geralmente, essa leitura leva à necessidade de consultar dicionários, anotações de aulas/palestras e outras obras importantes para o entendimento das idéias centrais.
Depois, volta-se ao texto, várias vezes (conforme necessário), para apreender sua mensagem, localizar idéias, fatos, informações e exemplos. Durante a leitura, é conveniente assinalar as passagens mais importantes e fazer anotações. Registrar palavras ou fatos desconhecidos, dúvidas, idéias principais, argumentos, fatos e exemplos permite voltar e refletir com maior facilidade sobre pontos importantes.
A partir das anotações, é possível fazer um resumo, isto é, um texto menor, com as próprias palavras, trazendo as principais idéias do que foi estudado. O resumo de cada texto lido ajuda a fixação e o esclarecimento das idéias. Apresentando os pontos essenciais do pensamento do autor e o registro de opiniões pessoais do leitor, o resumo possibilita o desenvolvimento da capacidade crítica e do raciocínio independente.
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E não é só isso o dia do estudante está chegando 11/08/2009 por mais que estamos nas férias suínas, não ficaremos parados em breve mais notícias.

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Mas galera esse é o nosso espaço e haverá algumas modificações aqui no blog, para que tenha uma identidade com a nossa cara.
Informação com a nossa cara - do nosso jeito.
Para todos.
Um grande abraço e desde já estamos aqui para informar ...

domingo, 2 de agosto de 2009

Doenças na moda e fora de moda

O povo, em sua sabedoria, diz que a corda arrebenta no lado mais fraco. As doenças, igualmente, tornam-se epidemias especialmente nas regiões em que as populações estão mais fragilizadas pelas más condições de vida. O agravamento das várias gripes por conta de um inverno típico, ao contrário dos invernos anteriores, que presentaram escassos dias realmente frios, multiplicou a sensação de gravidade da gripe da moda, a dita gripe A, transmitida por um vírus batizado Como “H1N1”.

A explosão de casos fatais na América Latina, que já responde por dois terços das mortes registradas no mundo, está deixando as autoridades do setor médico ou paralisadas, tentando minimizar o impacto da doença por se considerarem sem instrumentos de reação, ou desesperadamente saindo a armar um escudo de proteção às suas comunidades. Este foi, por exemplo, o caso do Conselho Regional de Medicina, por sua representação em Cascavel, cujos profissionais de saúde concluíram que a cidade está na iminência de perder o controle da situação e é preciso agir. Em vários pontos do Paraná, a começar pela capital, as escolas estão suspendendo temporariamente as aulas e o Ministério da Saúde a toda hora presta declarações sobre ações pontuais e gerais a respeito do problema.

Pela agitação, mais que visível, a operação se dá em duas pontas: de um lado, procuram-se agilizar todos os mecanismos para enfrentar a ameaça de uma pandemia. De outro, buscam tranquilizar a população com informes amenizados, que a ação forte – suspender aulas – por exemplo, põe abaixo com a suspeita de que as coisas estão além da possibilidade de controle oficial. Essa mobilização, no entanto, deveria ser feita de forma sistemática, pois se a gripe A está na moda, as doenças fora de moda continuam matando – e bem mais que a gripe plantonista. As Doenças da pobreza e o abandono matam ao redor de 250 brasileiros por dia, mas não se fecha escolas por isso, uma vez que essas mortes são causadas por males como diarréia, desnutrição, malária, tuberculose, dengue, febre amarela e falta de assistência médica.

Se não forem à aula e ficarem em casa, ali mesmo, no lar, para os pobres,há mais riscos de sucumbir a esses males que na escola.

Embora natural, a medida de suspender aulas e ajuntamentos em locais fechados tende a não produzir um controle efetivo da doença, pois as crianças e também adultos não estão livres do mal simplesmente por presumir que vão se trancar em casa.

Não vão, é claro. Entrarão em lotações apinhados para ir trabalhar. E como as imagens na imprensa mostram pessoas com máscaras,acredita-se que elas sejam uma solução para evitar a aquisição do vírus quando, na verdade, são apenas uma forma de evitar que a pessoa doente espalhe vírus pelo ar – e a gripe transmitida pelo vírus H1N1 não se transmite especialmente pelo ar, mas pelo contato. Mais vale manter as mãos limpas que acreditar no falso efeito terapêutico de uma máscara, mais aconselhável para os enfermos.

Certamente há necessidade de um mutirão, primeiramente de esclarecimento e transmissão de noções de higiene, para enfrentar uma ameaça que dá sinais de que pode assumir um status pandêmico.

As medidas de suspender aulas, cultos religiosos e festas também são válidas, desde que integrem um conjunto de ações que visem a transmitir a verdade sobre a doença – e também sobre as demais doenças da pobreza. Pois, invariavelmente, quanto mais pobre e debilitada for a pessoa, mais facilmente contrairá essa e outras doenças, da moda ou fora de moda.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O internacionalismo de massas na resistência ao imperialismo

Um dos aspectos fundamentais da atuação do PCdoB é a luta antiimperialista, essência de sua linha política. Mesmo quando estão na ordem do dia lutas estritamente internas – como a questão nacional, a ampliação da democracia, as melhorias sociais e os processos internos de reivindicação popular –, ainda que se analise o cenário apenas do ponto de vista brasileiro, a questão antiimperialista está presente.



Por José Reinaldo Carvalho*


Isso porque não se pode conceber a questão nacional desligada de um sistema de dominação imperialista que foi montado secularmente no Brasil e cujo desmonte é uma obra que depende de medidas muito complexas resultantes de um processo revolucionário. Ademais, a luta antiimperialista está intrinsecamente ligada ao combate cotidiano do povo brasileiro contra o sistema de dominação da grande burguesia monopolista e financeira, entrelaçadas com os potentados internacionais que tentam subjugar o país ou mantê-lo em sua órbita de poder geopolítico. Para as forças democráticas, patrióticas e populares brasileiras, isto significa que não há uma “muralha da China” a separar a questão nacional das questões democrática e social.



A luta contra sistema de dominação imperialista em nosso país só pode ser conduzida vitoriosamente se se tomar isto em consideração, pois esta consciência terá como corolário a fixação de alvos e tarefas ajustados à realidade, à correlação de forças, ao nível da batalha em suas distintas etapas. Não haverá fórmulas simples, mas a luta antiimperialista se favorecerá de formulações programáticas corretas, métodos amplos e políticas de alianças que correspondam ao propósito de unir, organizar e mobilizar ponderáveis forças sociais e políticas.



Ilusões no “imperialismo benigno”




Nos últimos anos, particularmente durante os dois mandatos de George W. Bush o imperialismo estadunidense proclamou e levou a efeito uma espécie de tirania global. Endureceu suas políticas interna e externa, esta última sistematizada na Estratégia de Segurança Nacional, conhecida como “doutrina Bush”, um corpo de ideias de cariz abertamente fascista. A humanidade passou a viver a época da “guerra infinita ao terrorismo”, das guerras preventivas, da violação do direito internacional, da perseguição a países considerados integrantes do “eixo do mal”, do combate estratégico a países que aspiram a jogar um papel de destaque no concerto internacional, de instrumentalização das Nações Unidas, das ações unilaterais. A época, enfim, em que se tornou natural o chefe de turno da superpotência imperialista começar o discurso sobre o estado da União com a frase “A América está em guerra”.


Em tal contexto cresceu sobremaneira o papel e o lugar ocupado pelo combate antiimperialista na orientação das forças políticas de esquerda, destacadamente dos comunistas. No Brasil, foi sensível o aumento da atividade internacionalista que se traduziu na multiplicação das ações de massas, no surgimento de novas frentes, entidades e coordenações entre forças antiimperialistas, no crescimento e na ampliação da luta pela paz e na solidariedade internacional. Surge o internacionalismo de massas, o internacionalismo do povo brasileiro e isto é um mérito das forças progressistas e de esquerda de nosso país. No que diz respeito especificamente ao Partido Comunista do Brasil, tem sido fecunda a ação prática nesse sentido e a contribuição para plasmar esse internacionalismo de massas.


Tem sido uma característica saliente também da agremiação comunista brasileira a reflexão política e teórica, resultando em análises e orientações que marcam época quanto à compreensão sobre a crise do capitalismo, ao progressivo declínio histórico do imperialismo norte-americano relativamente ao apogeu de outros períodos históricos e à emergência de novos polos econômicos e de poder geopolítico, assim como na indicação de estratégias e táticas de luta. Revelou-se, assim, o antimperialismo, como um aspecto político, ideológico e prático da linha política geral e da atividade concreta do partido dos comunistas e de outras forças aliadas de esquerda.


A formação dessa consciência antiimperialista e internacionalista se faz em meio a polêmicas e exige também o combate às ilusões. Há análises que convenientemente situam os dois mandatos de George W.Bush como um hiato na história do imperialismo norte-americano . Apresentam as flagrantes violações à soberania das nações e povos, as agressões e crimes de lesa-humanidade como dificuldades que os Estados Unidos enfrentaram para harmonizar a agenda de afirmação da sua hegemonia unipolar no pós-guerra fria com os princípios do multilateralismo, numa leitura benevolente do que seria um imperialismo “benigno”, porque defensor de princípios multilaterais, que sofre o “maligno” desvio do unilateralismo.


Tais ilusões devem ser combatidas mormente agora quando o imperialismo norteamericano procede a flexões em sua política externa e encontra-se empenhado na mudança de imagem e na fixação de um perfil de potência que supostamente apregoa a democracia, o respeito à soberania nacional e ao direito internacional e promoverá uma correção de rumos na política externa no sentido do multilateralismo e da não intervenção política e militar nos assuntos de outros países. Estas ilusões estão na base de outra – a de que emergirá, democraticamente e sem conflitos, uma nova ordem multipolar em que os Estados Unidos serão uma espécie de primus inter pares na “comunidade internacional” e até um aliado ou parceiro estratégico, não mais o inimigo principal a combater.


De igual importância para a prática internacionalista dos comunistas é o combate às ilusões sobre as possibilidades de regeneração do capitalismo, tão em voga até pouco tempo antes de eclodir a presente crise econômica e financeira. Cegos às evidências de crise estrutural e sistêmica, de declínio progressivo e relativo da superpotência norte-americana, de deterioração do padrão dólar e do “longo crepúsculo do capitalismo”, na brilhante formulação de Jorge Beinstein, economista e ideólogo do Partido Comunista da Argentina, não foram poucos os que se deixaram ofuscar pela efêmera e limitada expansão da “era Clinton”. Trombetearam a retomada da “liderança econômica dos Estados Unidos” e chamaram de “catastrofistas” àqueles que insistiam em denunciar perante os trabalhadores e os povos as mazelas do capitalismo como sistema inerentemente gerador de crises.




O antiimperialismo num cenário contraditório




O internacionalismo dos comunistas e do povo brasileiro é exercido numa situação mundial paradoxal, marcada por uma unidade de contrários entre, de um lado, as ameaças à própria sobrevivência da humanidade e, de outro, as potencialidades revolucionárias e libertadoras das forças progressistas e dos povos e que derivam da própria realidade objetiva. As ameaças à sobrevivência humana, à paz, à segurança internacional, à democracia, aos direitos dos povos e à soberania nacional fazem parte das políticas levadas a efeito pelas potências imperialistas, pela grande burguesia monopolista e a oligarquia financeira internacionais.



As políticas que põem em prática são antagônicas aos interesses dos povos e aos direitos dos trabalhadores. A perdurarem essas políticas, a perspectiva é a da degradação continuada da humanidade e de suas condições de vida. É por isso que, sem nenhum dogmatismo, se faz mais atual do que nunca a disjuntiva vislumbrada pelos fundadores do marxismo – e que foi verbalizada por Rosa Luxemburgo nas primeiras décadas do século passado – entre o socialismo e a barbárie. Estamos convencidos de que ou detemos o curso perigoso que o mundo está seguindo – e para detê-lo é preciso muita luta – ou a perspectiva da humanidade é a degradação, a barbárie.



De outro lado, há muitas potencialidades, perspectivas e possibilidades de luta. Analisando os elementos mais marcantes do atual quadro internacional, justifica-se a adoção, na ordem do dia, da luta antiimperialista e do internacionalismo como tarefas essenciais dos comunistas. Quando nos referimos às ameaças contidas nas políticas do imperialismo, estamos também tratando da política de guerra, intervencionista e de militarização do planeta.



A partir de meados dos anos 1990 – depois da derrocada do socialismo na URSS e no Leste Europeu, da crise que isso ocasionou para os movimentos sociais e os partidos políticos de esquerda – vem acontecendo um processo de retomada da luta dos povos. Este é o lado contraditório que alimenta as potencialidades do desenvolvimento da resistência à ofensiva do imperialismo e do capitalismo.




Internacionalismo de massas



É em face dessa realidade que os comunistas praticam seu internacionalismo e imprimem a este um caráter de massas e de trabalho de frente única, o que estamos denominando de internacionalismo de massas ou o internacionalismo do povo brasileiro.



A multiplicação de atividades internacionalistas pelas entidades do movimento sindical e popular, a ação multilateral e multissetorial do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz - , hoje na presidência do Conselho Mundial da Paz, a realização de tribunais antiimperialistas, dos encontros contra a ALCA e dos Fóruns Sociais mundial, continental e brasileiro, assim como de manifestações contra as guerras imperialistas têm marcado o movimento democrático, popular e antiimperialista no Brasil nos últimos anos. As bandeiras da paz e da solidariedade com os povos são essencialmente revolucionárias, sendo falso confundir a luta pela paz com reformismo, pacifismo e capitulação.



A experiência demonstra que a bandeira da paz e da solidariedade aos povos tem caráter intrinsecamente revolucionário. Como assinala o Projeto de Resolução Política do 12º Congresso do Partido Comunista do Brasil, “A luta pela paz surge como uma das mais importantes frentes de combate antiimperialista. Luta que assumiu dimensões gigantescas quando da agressão norteamericana ao Iraque e que, embora num nível diferente, tem sido constante e diversificada, contra as armas nucleares, contra as bases militares, contra as guerras de ocupação”. Esta luta ganha ainda maior significado com a campanha que o Cebrapaz está realizando contra a 4ª Frota da Marinha de Guerra dos Estados Unidos, relançada para ameaçar os países e povos da América Latina e do Caribe.




Foco da solidariedade internacional




Neste contexto, é fundamental que os comunistas atuantes nos movimentos sociais incorporem a bandeira da luta contra a guerra, pela paz e pela solidariedade com todos os povos atingidos pela guerra imperialista. Os comunistas são solidários aos países do Oriente Médio agredidos pelos Estados Unidos e por Israel.



O Iraque e o Afeganistão foram invadidos logo depois do 11 de setembro, sob o pretexto de caçar Osama Bin Laden. A ocupação dura até hoje. No Iraque, os Estados Unidos concentraram nos últimos seis anos o grosso de suas ações no Oriente Médio. Gira em torno de 150 mil e o número de soldados americanos e aliados atuantes no país árabe. Agora, anuncia-se o aquartelamento dessas tropas e um plano ainda vago de retirada em 2011, elaborado em suas linhas principais pelo governo de Bush e ratificado pelo atual presidente dos EUA, Barak Obama, que anuncia o deslocamento do eixo da intervenção militar estadunidense na região para o Afeganistão, onde tem havido cruentas ações terrestres e bombardeios aéreos. Tanto no Iraque quanto no Afeganistão desenvolve-se uma encarniçada resistência popular que a propaganda oficial identifica com o terrorismo. Obviamente o movimento popular e a solidariedade internacional identificam-se com a resistência nacional antiocupação.



O Líbano, por sua vez, sofreu com a guerra provocada por Israel, instrumento dos EUA na região, e conseguiu vencer. Foi a primeira vez que o exército israelense sofreu uma derrota acachapante numa guerra com um país árabe. Por isso o Hezbollah se transformou numa força política decisiva e hoje conta com o respaldo de vastas camadas da população libanesa e de todo o Oriente Médio.



A Palestina, com seu povo martirizado há mais de 60 anos, é depositária da solidariedade militante dos comunistas e do povo brasileiro em sua luta pela criação do Estado livre, soberano e independente, tendo por capital Jerusalém.



Mesmo nos casos em que os comunistas não tenham identidade ideológica, sua solidariedade é indeclinável com os estados nacionais agredidos e ameaçados pelo imperialismo. Há 30 anos, desde a Revolução Popular que derrubou a monarquia despótica do xá Reza Pahlevi, os Estados Unidos perderam uma das suas principais bases na região do Oriente Médio. Desde então, os EUA conspiram para derrubar o governo iraniano e intervir no país.



A solidariedade militante se volta também para o conjunto dos países socialistas e não pode ser indiferente, sob falsos pretextos, às pressões, chantagens e ameaças do imperialismo estadunidense à República Popular Democrática da Coréia.





América Latina e EUA – Interesses antagônicos




Um dos polos mais importantes da luta antiimperialista na atualidade é a América Latina. A região sempre foi e continua sendo alvo da cobiça e dos planos de dominação do imperialismo. Os interesses dos povos e nações latinoamericanos e caribenhos são antagônicos aos do imperialismo estadunidense, mesmo quando este se apresenta, através de jogadas políticas, com nova linguagem e roupagem.


O quadro político e a luta democrática e popular na América Latina experimentaram extraordinária evolução ao longo dos últimos 10 anos. Desde 1998 – quando Hugo Chávez foi eleito presidente pela primeira vez – há uma verdadeira onda de movimentos sociais e políticos e vitórias eleitorais de forças progressistas. Esse processo teve reflexos em países como Uruguai, Brasil, Paraguai, Bolívia, Equador, Nicarágua, Argentina, El Salvador. A luta é para que este novo ciclo tenha prosseguimento, que essa onda de vitórias progressistas se prolongue e se consolide.



Na Colômbia persistem os impasses decorrentes da vigência de um regime antidemocrático, ao passo que o movimento popular insiste em construir saídas para o conflito armado. No México, cresce a oposição a um governo que é resultado da fraude e se distingue pelo entreguismo e a corrupção. No Peru, o exercício de políticas antipopulares e o massacre a populações indígenas desmascaram o governo e fazem crescer o clamor por mudanças.




No contexto latinoamericano, Cuba se destaca como força simbólica maior, inspiradora de todos os movimentos revolucionários do continente. Uma posição internacionalista do movimento social brasileiro é indissociável da solidariedade a esse heróico povo, à sua luta contra o bloqueio e pela libertação dos seus heróis encarcerados nos Estados Unidos.


Em meio a tudo isso, aparecem algumas situações – e o caso mais típico é a Venezuela – em que da vitória eleitoral, o presidente vencedor se proclama antiimperialista, revolucionário, defensor da libertação dos povos e da revolução socialista, o que aparece como o fator mais novo e dinâmico da luta pela libertação nacional e social na região. Nossa tarefa é reforçar esses processos revolucionários, democráticos e progressistas com todos os matizes que possam ter.




* Jornalista, escritor, especialista em Política e Relações Internacionais, secretário de Relações Internacionais do PCdoB e diretor do Cebrapaz



Fonte: Vermelho

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Nota da UJS-Foz em relação ao fechamento dos bares após a meia-noite

Foz, suas especificidades e o fechamento dos bares, lojas de conveniência e similares após a meia-noite

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Está sendo proposto pelo vereador Mogênio (PMDB) o projeto de lei Nº 18/2009 que trata do funcionamento dos bares, lojas de conveniência e similares. O projeto pretende que esses estabelecimentos sejam fechados após a meia-noite e somente reabertos às 6h como medida de combate à violência.

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“A violência nos persegue o tempo todo. Muitos dos nossos nos ferem ou se matam em disputa entre gangues, ou são espancados pelos próprios pais. Outros recebem uma bala perdida ou são vítimas de assalto ou perseguição. No capitalismo não temos paz”.

Foz possui suas especificidades. Tríplice fronteira, rota do tráfico internacional de armas e drogas. Cidade que abriga uma das maravilhas da engenharia moderna e ao mesmo tempo carrega o peso de ser a cidade onde proporcionalmente mais morrem jovens no país.

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Mas não está nossa cidade desconectada de todo um sistema historicamente superado. À juventude cabe amargar o melhor de sua criatividade e energia na fila dos desempregados. Impregnados pelo individualismo somos aproveitados de forma meramente mercantil.

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“A insegurança toma conta dos grandes centros. Esse meio não nos interessa, não nos satisfaz, queremos uma cidade capaz de incluir a todos sem discriminação de crença, cor, gênero e classe social”.

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Analisando o projeto, observa-se que a medida visa o fechamento dos bares nas regiões que estão fora do circuito turístico. Portanto fecham-se os pequenos dos bairros pobres, enquanto os grandes e freqüentados pela elite continuam abertos.

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Nenhuma ação tomada isoladamente resolverá este complexo problema que é a segurança urbana. Portanto se faz necessária uma ampla discussão sobre este delicado tema dado que o simples fechamento destes locais funcionaria mais como uma medida segregacionista e de exclusão do que uma solução construtiva para este problema.



UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA - FOZ DO IGUAÇU

terça-feira, 7 de julho de 2009

Protógenes dialoga com PCdoB para dar 'novo viés' à sua luta

Mais uma vez o trabalho de investigação do delegado Protógenes Queiroz ganha as manchetes. A Procuradoria da República em São Paulo denunciou o banqueiro condenado Daniel Dantas e mais 13 pessoas, sob acusações como gestão fraudulenta e evasão de divisas. Mais um resultado da Operação Satiagraha. Nesta entrevista exclusiva ao Vermelho, Protógenes se considera ''um delegado com um aviso prévio''. Busca ''um outro viés'' para a sua luta, sem ocultar que este passa por 2010. Em um país que segundo ele ''se bipolarizou'', revela que tem ''falado com vários partidos'', mas há um ''que equilibra o país no campo da esquerda brasileira, que é o PCdoB''.



Protógenes na manifestação do 2 de Julho na Bahia Por estas e por outras, Protógenes acabou se tornando uma referência da luta contra o banditismo de rico no país. Andar com ele na rua não é fácil. Seja onde for, do Aeroporto à Praça Sete de Belo Horizonte, o delegado da Polícia Federal é parado por pessoas que reconhecem e elogiam o seu trabalho.


Em comum, a solidariedade em relação a perseguição que vem sofrendo de instituições públicas e privadas que agem a serviço de Dantas. O personagem Protógenes traz bastante curiosidade, mas mais curioso é o sentimento que ele desperta nas pessoas: de cansaço com a corrupção que corrói a estrutura do Estado; e também de esperança em um futuro em que o compromisso com o Brasil esteja acima de tudo.


O delegado tem percorrido o país inteiro atendendo a convites para palestras e debates, a maioria organizadas por estudantes de direito. Em uma das passagens por Belo Horizonte, Protógenes fez uma visita de cortesia à sede do PCdoB estadual, onde deu uma descontraída entrevista exclusiva para o Vermelho. Nela, o delegado fala de sua carreira, da Satiagraha e do seu passado de militante estudantil, quando se aproximou dos comunistas. “Posso lhe assegurar hoje que a política tem um partido que equilibra o país no campo da esquerda brasileira, que é o PCdoB. Este partido tem uma política mais responsável”, comentou o delegado. Veja os trechos principais.


Vermelho: Vamos começar contando suas raízes?


Protógenes Queiroz: Bem, eu nasci em Salvador, Bahia, em 1959. Meu pai era militar da Marinha, instrutor de aviação naval. Logo quando nasci, meu pai teve de ir para o Rio de Janeiro e ajudar na intervenção na cidade, que na época tinha sofrido uma intervenção pelo almirante Protógenes Guimarães. Em decorrência dessa amizade fraterna que ele tinha, me batizou com o mesmo nome, homenageando o amigo.


No Rio, a primeira cidade em que habitamos foi a Niterói, em um bairro chamado Barreto. Depois fomos viver em uma cidade vizinha, chamada São Gonçalo, onde eu tive praticamente toda a minha adolescência. Estudei em escola pública meu ensino fundamental, na Escola Municipal Presidente Castelo Branco, então, um ensino público de qualidade.


Então no ano de 79 eu presto vestibular, e meu pai pensou que como eu havia prestado vestibular pra Engenharia e pra Direito, mas que eu estava fazendo Engenharia, mas eu optei por fazer Direito, apesar de ter passado em Engenharia. E no terceiro mês meu pai descobre que eu to fazendo Direito, ai ele cortou o pagamento da faculdade, eu era menor na época e me inscrevi no crédito educativo. Nisso eu contei para minha mãe, eu falei mãe meu pai cortou o pagamento e eu vou ter que parar de estudar, porque ele quer que eu faça Engenharia e eu não quero, quero fazer Direito.


Vermelho: Como se deu seu primeiro contato com a política?


Protógenes: Eu era um aluno que contestava muito no colégio e havia um apelo muito forte dos professores daquela época que eram contra o regime militar. Lembro-me que eu organizei junto com colegas nosso trabalho para a feira de ciências. Eu preparei uma sala que tinha pau-de-arara, cadeira elétrica, choque elétrico. Em vez de sala de pesquisa científica, fizemos uma sala de tortura para mostrar nossa indignação com o que estava acontecendo no país. O muro do colégio apareceu escrito “Terrorista é ditadura que mata e tortura”.


Então aquilo já foi uma confusão, principalmente porque a feira de ciências recepcionou muitas autoridades da época, mas também muitos agentes da força de repressão. E os militares queriam saber qual a origem daquelas frases no muro, isso foi em 70, no auge da ditadura, quando estava morrendo muita gente. E também fizemos um jornal que se chamava Alerta Geral, que continha muitos textos de contestação política na época.


Eu estava apenas com 14 anos e já paguei um preço, porque minha casa foi invadida por agentes da força de segurança, para tentar confiscar os jornais. O jornal teve apenas uma edição, e foi rodado no mimeógrafo. E fizeram um conselho para expulsar os alunos que estavam envolvidos naquele jornal e na configuração da sala de tortura. E eu acabei assumindo toda a responsabilidade para inocentar os meus colegas. E cresço nesse ambiente, equilibrando toda essa veia contestatória.


Eu participei do primeiro congresso da UNE em 1980 salve engano, como delegado da UNE. E naquela época falavam o seguinte quando você voltar, você está preso, porque na faculdade vão te pegar, vão te pegar em casa. Tanto é que eu volto do Congresso da UNE, onde teve muita confusão. Elegemos lá o Aldo Rebelo, que hoje é deputado Federal, grande camarada.


Entro na juventude co munista na adolescência ainda, naqueles grandes arautos do Partido Comunista Brasileiro. Recebendo muitos ensinamentos sobre a doutrina, sobre o conhecimento. Eu era o mais jovem desse grupo, me chamavam de garoto. Esse menino ainda vai ser um grande homem desse país. Eu não pegava muito esse “grande homem” que eles diziam, mas eu olhava esses ensinamentos como fundamentos doutrinários e de construção de uma nação. Uma nação que ela produz uma riqueza para seu povo.


Vermelho: Como surgiu a figura do delegado da Polícia Federal?


Protógenes: Passei quase 12 anos exercendo minha advocacia privada, onde consegui o que eu almejava enquanto profissional. Certo dia, fui pagar uma conta na agência do Banco do Brasil e tinha um cartaz do concurso para a Polícia Federal. Defini por este rumo porque teria atribuição para prender todo mundo, para prender gente grande e poderosa. É isso que está precisando nesse país [disse], um profissional desse jeito e eu vou para essa carreira.


Fiquei mais de 10 anos na Policia Federal, onde eu dei minha contribuição para o Brasil. Só não continuei porque não me permitiram continuar. Mas até onde me permitiram a contribuição foi muito boa.


Nesses mais de 10 anos como delegado eu consegui a prisão de pessoas muito importantes que jamais ninguém pensou que iriam ser presas. Os do Banco Pascoal, mais 40 indivíduos que continuam presos até hoje.O maior contrabandista do Brasil, Lao Kin Chong, preso em São Paulo. Em São Paulo eu prendi não só o maior contrabandista como o ex-presidente da Câmara, Armando Melão, o ex-prefeito Celso Pitta e o ex-prefeito e governador Paulo Maluf. Toda a administração pública do Estado foi presa por corrupção, por desvio de recurso público, lavagem de dinheiro, evasão de divisas. É muito grave! Até árbitro de futebol, máfia do apito, corrupção no futebol. Foram tantas operações, combati lavagem de dinheiro e evasão de divisas do Banco Banestado, em Foz do Iguaçu, que era a maior lavanderia do Brasil.


Eu cumpri meu papel enquanto servidor público federal, enquanto delegado da Polícia Federal. Só não fiz mais porque não me permitiram. Aí o Brasil ficou conhecendo o delegado Protógenes. E vocês, jornalistas, começaram a linkar um fato com outro para descobrir quem fez aquela operação, aquela prisão, quem bloqueou os recursos quem identificou as contas no exterior e deu o caminho para o bloqueio.


Isso me deu uma satisfação, uma felicidade e um sentimento de dever cumprido, porque a população soube recepcionar isso com muito carinho, com muito respeito. A todo tempo eu saio nas ruas sou cumprimentado de uma forma educada e de uma forma agradecida.


Mas agora [tenho] outro viés, porque como delegado de Polícia Federal hoje eu estou afastado. Eu sou um delegado com um aviso prévio. O afastamento foi por um motivo absurdo, injusto. Mas a estrutura de poder que hoje está em vigência no Brasil é que permite isso, pegar um profissional, do qual o Brasil em muito se beneficiou, e tentar neutralizar esse profissional. Mas isso eu acredito que não seja por um longo período de tempo. Porque há uma exigência popular maior para que eu continue a trabalhar no combate à corrupção, ou dentro ou fora da Policia Federal.


Vermelho: Falando nisso, como analisa o fato de um juiz aceitar que a defesa de Daniel Dantas seja assistente de acusação contra o senhor?


Protógenes: Há uma total inversão de valores, desde quando nós deflagramos a Operação Satiagraha. Isso não é surpresa, chegar a esse absurdo, eu nunca vi isso, do Dantas querer ser assistente da acusação do meu processo.


No caso ali, ele é que é o bandido, quer dizer o Daniel Dantas foi condenado a 10 anos de prisão, ao pagamento de multa de mais de 12 milhões de reais, ao bloqueio de dinheiro que eu identifiquei, contas [no valor] de quase 3 bilhões de dólares, que saíram de cofres brasileiros e estão em paraísos fiscais.


E agora vem querer ser assistente de acusação? Nós é que devemos acusá-lo de mais crimes que ele praticou, e que ainda faltam ser apurados. Que ainda faltam ser investigados, porque a investigação da Polícia Federal já identificou. Nós é que temos esse direito, não eles.


Então há uma total inversão de valores, e é um instituto que não espanta mais os brasileiros. São decisões absurdas, infundadas, inadequadas que às vezes agridem até a própria cidadania e aos instrumentos legais constituídos no país.


Como a gente vai concordar que um indivíduo tenha 1.402 licenças de exploração do subsolo brasileiro, sem saber como ele conseguiu essas licenças? Tem ali ouro, bauxita, manganês, diamante. Que história é essa? Qal é a situação do banqueiro condenado Daniel Dantas? É o grande gerente dessas jazidas no Brasil.


Mas a população está indignada, está insatisfeita, porque chegamos a um nível de maturidade onde não somos mais manipulados, por mídia nenhuma. Hoje a informação é linear. Após o advento da internet, blogs e meios diversos, você tem uma linearização, não mais uma verticalização da informação.




Vermelho: Esta sua situação o fez compreender um pouco melhor o quadro político do país. Qual a sua análise depois destes meses rodando?


Protógenes: Hoje o Brasil se bipolarizou. Existe o bloco capitaneado pelo PSDB, e suas forças correlatas, com interesses mais conservadores, política mais neoliberal, política essa que causou um prejuízo imenso à população brasileira, um prejuízo histórico à nossa nação.


E temos aqui outros partidos que se aglomeraram em torno do PT, fazendo uma política de correlação de forças para resistir ao que essa política conservadora iniciou. Para haver uma distribuição equânime das riquezas do país, controle da sociedade, equilíbrio na divisão de renda. Ou apenas para minimizar não só as desigualdades sociais, mas também a distância entre a população mais pobre e a mais abastada.
Dentro desse quadro posso lhe assegurar que desses partidos que se aglomeraram em torno da esquerda, com o PT, partidos que se encontram estruturalmente, organicamente, que saíram fortalecidos nesse processo falido, é o PCdoB. Posso falar porque tenho falado com vários partidos, em razão do caráter e experiência que carrego.


Então tem surgido um diálogo nesse sentido. Eu fiquei muito feliz por ser recepcionado como aqui na sede do Partido Comunista do Brasil. E de perceber que todo aquele ideário do passado, enquanto eu ainda era adolescente, aconteceu ou está acontecendo. Nós conseguimos vencer toda essa barreira que tinha no passado. Todo aquele estigma. Posso lhe assegurar hoje que a política tem um partido que equilibra o país no campo da esquerda brasileira, que é o PCdoB. Tem uma política mais responsável, dentro desse quadro que nós temos hoje no Brasil.


Eu classifico o momento político da seguinte forma: vamos aproveitar a estrutura orgânica de um país que venceu, de um partido que venceu todas as barreiras negativas, venceu e superou todas as perdas do quadro político partidário. Muitos sumiram muitos morreram, mas nunca perderam não só a esperança, mas o comprometimento com a causa que lhe foi posta ou colocada quando o partido foi criado. Então esse partido conseguiu ao longo desses 87 anos manter nessa estrutura político-partidária, o que é muito difícil. E ainda carregando todo um histórico pesado de resistência e de luta. Eu classifico o Partido Comunista do Brasil como um grande vencedor nessa estrutura político-partidária brasileira.


Esta minha visita aqui na sede do PCdoB é um reencontro com a minha história de estudante. Quero deixar aqui meu carinho, meu apreço pelo Partido Comunista do Brasil, em especial aos dirigentes desse partido que honraram com os compromissos estabelecidos a mais de 87 anos. Isso nos dá um orgulho muito grande e também nos fortalece para uma caminhada, e até uma possibilidade de trabalho para o futuro. Quero também deixar aos internautas do portal Vermelho, que muito tem contribuindo para manter viva essa discussão e esse debate em prol da causa pública, em prol do resgate a ética, a moral, do resgate as símbolos nacionais e, sobretudo os resgates a respeito da Constituição da República.


De Belo Horizonte,
Kerison Lopes


Fonte: Vermelho