segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O BUSÃO É NOSSO: Transporte Coletivo de qualidade e a menos custo!

Quando precisávamos bater, batemos. Alguns acharam que até forte demais. Audiência Pública, resolução do nosso congresso e o zine Boto Fé!. Até em debate de candidatos a prefeito fomos citados. Ganhamos certa respeitabilidade perante a sociedade quando se trata de Transporte Coletivo. Tanto que fomos convidados a participar de uma comissão para a melhoria da qualidade dele em nossa cidade. É essa a comissão que irá propor o edital de licitação para a concessão às empresas que explorarão esse segmento, essencial para a grande maioria da população. Entendendo o problema e a responsabilidade de representar a juventude nesta importante discussão, é que nos esforçamos ao máximo para estudar o tema com a profundidade que ele merece. Jamais perdemos nossa essência de juventude contestadora dessa sociedade de exploração já desgastada em que vivemos. Somos sim contestadores da opressão que assistimos todos os dias. Mas somos, acima de tudo, protagonistas das mudanças. E é para isso que te chamamos. Iniciamos as discussões e todos são importantes para otimizar esse humilde texto que segue, base das discussões da União da Juventude Socialista de Foz do Iguaçu.
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Já bem conhecido na galeria dos principais problemas de nossa cidade está o Transporte Coletivo. Ir ao trabalho, escola, faculdade, estágio, grupo de estudo, biblioteca ou visitar algum amigo. Para muita gente isso só é possível através desse indispensável serviço. Mas em Foz do Iguaçu o que encontramos é um dos piores e mais caros serviços de transporte urbano do Paraná, desrespeitando e envergonhando nossa população além de prejudicar o desenvolvimento do turismo na cidade.
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Burocratização do acesso ao meio-passe e a sua utilização, ônibus lotados, desrespeito com os portadores de necessidades especiais e haja paciência para aguentar a demora do "busão". O senhor e a senhora que vão ao serviço. Os estudantes que vão para aula. E aqueles que moram em bairros afastados do centro e necessitam fazer verdadeiras viagens? Todos sofrem diariamente com a baixa qualidade desse serviço prestado não por boa vontade, mas concessão pública.
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Algumas cidades possuem transporte público operado por empresa pública. Não é o nosso caso. Em Foz, empresas privadas através de concessão pública operam o transporte de passageiros. Nestes casos, necessitamos através de fiscalização tanto do poder público bem como da sociedade garantir que os interesses da grande maioria da população estejam acima de interesses individuais.
Entendemos que na sociedade em que vivemos, capitalista, tudo é mercadoria. E não poderia deixar de ser também o transporte. Dele deve se extrair lucro. O máximo possível. E este sempre acompanhado da exploração do trabalhador e do povo pobre. O mais avançado a que chegaríamos seria a completa estatização do sistema, garantindo o retorno de todo esse lucro à sociedade.
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Estatizar todo o sistema infelizmente não é paupável para nossa realidade atual. É uma boa para daqui algum tempo, precisamos criar as condições. Mas então, por onde podemos começar? Atualmente as empresas ganham por passageiros. Ou seja, quanto mais encher o busão maior o lucro. E o que acontece? Ônibus lotados, aumento no tempo de espera e de viagem.
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E se pagássemos as empresas por quilômetro-rodado? É, isso mesmo. Não é nenhuma loucura. Afinal, já acontece em cidades como São Paulo e Curitiba. Neste modelo a empresa responsável passa todo o dinheiro arrecadado para o poder público que irá gerir o recurso como lhe couber e passar à empresa os valores, estabelecidos em contrato, da distância percorrida pelos veículos. As empresas não se vêem obrigadas a encherem seus ônibus para obter mais lucro. As rotas são estabelecidas conforme interesse social (e não comercial) e coloca-se um ponto final nas discussões sobre o preço da passagem e sobre as concessões que as empresas devem fazer aos estudantes, idosos, portadores de necessidades especiais e outros usuários que recebem benefícios na forma de transporte. Além disso, as empresas podem estabelecer um melhor equilíbrio financeiro, uma vez que os valores recebidos podem ser pré dimensionados, independente do período do ano e do andamento da economia, não havendo, assim, flutuação na arrecadação dos prestadores de serviços.
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E esse negócio de catraca eletrônica, é bom ou ruim?
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Bom, pois além de permitir um maior controle do número real de passageiros pelo Foztrans podendo ainda ser publicado diretamente online, possibilita sistemas de integração como em Londrina por exemplo, em que ao descer de alguns ônibus as pessoas tem um tempo determinado para pegarem outro ônibus sem pagar novamente a passagem.
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Mas as catracas não geram desemprego?
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Claro que não. Afinal o trabalho dos cobradores continuam essenciais para prestar um bom atendimento aos turistas e ao povo que não é obrigado a comprar o cartão magnético. Não podemos admitir que a implantação das catracas cause uma desculpinha para demitir funcionários prejudicando a qualidade do transporte.
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E o que mais podemos fazer?
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Criação de pontos nodais - Pontos em que várias linhas poderiam ser compartihadas como terminais regionais.
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Expansão da acessibilidade - Garantir a devida adequação do transporte coletivo para o bom atendimento dos portadores de necessidades especiais.
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Licitação por linhas e não por lotes - Dessa forma possibilitariamos que pequenas empresas participassem de licitações para o transporte coletivo.
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Adequação dos carros as condições da cidade - Carros confortáveis e novos garantindo a qualidade de todo o sistema.
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Reserva de quilometragem - Destinar determinada quantidade de quilômetros para eventos de caráter social promovidos pela prefeitura ou por organizações da sociedade civil.
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Fim do aproveitamento de linhas - Tornaria mais ágil e eficiente tendo em vista que os ônibus somente poderiam pegar passageiros nos pontos pré-estabelecidos.
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Controle da conta pelo Foztrans - O órgão deve ter todo o controle financeiro e ser encarregado de administrar todo o sistema de transporte, fiscalizando as empresas.
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Banheiro gratuito no terminal - espaço público, banheiro público. É um absurdo não termos um banheiro para utilizar sem pagar no nosso terminal de transporte urbano.

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